Durante a vida várias são as pessoas que fazem ou fizeram parte de qualquer cotidiano, algumas delas continuam , outras não se tem mais notícias. Umas tiveram importância, outras não, talvez pudessem ter tido. Tentou-se?.
É essência do ser humano o relacionamento interpessoal, social e ideológico, seja entre a família, com os amigos ou no trabalho, porém essa grande virtude humana tem caído em desuso.
Século XXI, pessoas ocupadas, multifuncionais, pessoas influentes, deveres, obrigações, compromissos, internet... nunca houve tão numerosas formas de conexão entre pessoas numa confusão de culturas, línguas e maneiras. Mas algo tem ficado para trás com todas essas vias inovadoras, a amizade - fielmente substituída pelo interesse.
Aqueles amigos da infância ou da escola, tem sido facilmente substituídos pelo amigo do senador ou pela amizade daquele que conhece o dono da empresa. Claro que , no início, é apenas um interesse aqui, outro ali, depois, substitui-se os interesses pelas antigas amizades, e quando se faz necessário a presença de um amigo, - amigo como aquele desestimado pela inconveniência das necessidades - não há onde buscar, só restam amizades superficiais que, claro, estarão lá, dependendo do cargo que poderá adquirir as suas custas.
Sem dúvida muitas daquelas pessoas que passaram sem importância pelas vidas umas das outras poderiam ter sido por muito tempo pessoas importantes e memoriáveis, ego-proporcionadoras incondicionais, mas talvez por preconceito, antipatia ou simples timidez deixamos essas passarem por nós dia pós dia.
As amizades vem sendo cada vez mais numerosas, e as pessoas sós na mesma proporção. Os sítios de relacionamentos vem multiplicando-se, os contatos com pessoas de varias localidades, muitas delas nunca vistas e o índice de suicídios e casos de depressão segue na mesma alta.
Ora pois, parece que algo cultivado desde os primórdios pelos nossos ascendentes, arrastou-se agonizando pela geração de nossos avós e não conseguiu seguir o rítio das inovações tecnológicas, do mundo dos negócios e compromissos infindáveis.
Olhemos para as pessoas à nossa volta, vejamos a amizade em rostos diferenciados, em várias culturas, tradições, em olhos puxados ou esbugalhados, em pessoas amarelas ou verdes, com tatuagens ou com livros, ou com os dois, sem medo do diferente, sem preconceitos. Cultivemos. Façamos da evolução um meio para um fim em nós mesmos, pois senão o sentido se perde em um infinito de importâncias supérfluas.

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