7 de dezembro de 2009

O indivíduo frente a ética nacional

Nacionalidade é o que anda escasso. Vê-se, dia pós dia, mensalões, superfaturamentos, licitações arranjadas, falta de hospitais, escolas, construção de castelo – Alguem se lembra? -, mas logo tudo é esquecido pois tem-se a impressão de que essas coisas estão acontecendo “lá”. Grande engano, está acontecendo no Brasil. Ninguém ai é brasileiro?

Aos políticos falta a percepção da realidade fática de se estar representando sua nação ou de a estar “passando para trás”.
Crimes políticos contra a coisa pública não deveriam ser alvos de processos morosos, excessivamente formalistas e burocráticos que sempre acabam no grande vazio da impunidade, algumas vezes acompanhado com uma reeleição incompreensível. Tais práticas deveriam ser punidas célere e exemplarmente, sendo os culpados sujeitos à perda de sua nacionalidade por usurpar bens e/ou abusar da boa fé de seu representado, o Brasil.

O brasileiro mostra ter esquecido seu país cada vez que joga lixos nas ruas, imundiçam os ônibus, pincham muros, ameaçam seus professores nas escolas públicas ou quando rasgam livros dados pelo governo como ocorrido na ultima semana. Os jovens que serão o futuro Brasil não estão dando valor a ele, estão se tornando inimigos de seu próprio país ao em vez de vê-lo como a si mesmo, como seus pais e avós quando pintaram suas caras para buscar um país que tivesse seus próprios rostos.

Ao Brasil falta o que se vive cantando, dizendo, vangloriando em época de copa do mundo de futebol e pouco tem se visto. Falta-nos BRASILEIROS.

6 de setembro de 2009

Regência verbal de alguns verbos jurídicos


REGÊNCIA VERBAL
Conceito:  Regência é  uma relação de dependência entre dois termos, ou seja, a propriedade de uma palavra subordinar-se a outra a fim de integrar-lhe o sentido.
A Regência pode ser nominal ou verbal.Os verbos podem ter predicação completa ( intransitivos ) ou incompleta ( transitivos ). A regência verbal refere-se justamente a esses tipos de verbos, principalmente àqueles que se constroem com diversas preposições, bem como aos que têm vários regimes com o mesmo sentido ou vários sentidos com regimes diferentes ou iguais. É necessário saber caracterizar os dois tipos de complementos verbais ( objeto  direto e objeto indireto ), normalmente  representados por substantivos ou pronomes.
Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo – usados como complementos verbais, substituindo os substantivos.
a)    OBJETO DIRETO :  o, a, lo, la, no, na e plurais.
b)    OBJETO INDIRETO : lhe, a ele, a ela, dele, dela, nele, nela e plurais.
c)    OBJETO DIRETO OU INDIRETO ( conforme a regência do verbo ) me, te, se, nos, vos.
d)    As formas mim, ti, si são regidas por preposição
e)    As formas mo, ma, to, ta, lho, lha, no-lo, no-la, vo-lo, vo-la e respectivos plurais são estranhas ao português coloquial do Brasil, usadas , de forma rara, na linguagem literária ou formal.
GLOSSÁRIO DE VERBOS JURÍDICOS
Ab-rogar. T.d. –revogar
Acarear. T.d. – confrontar testemunhos
Acionar. T.d. – intentar  ação judicial
Acoimar. T.d. punir
Acordar.Intransitivo. – fazer acordo
Adimplir. T.d.  defectivo - cumprir acordo ou contrato
ADJUCAR. T.d..- declarar que alguma coisa pertence a alguém/// e T.d.e i. - transferir bens de pessoa a pessoa.
AD-ROGAR. T.d. adotar pessoa.
AGRAVAR. T.d. - onerar,sobrecarregar /// e T.i. – interpor pessoa.
APENAR. T.d. – punir, condenar.
ARRESTAR. T.d. – apreensão judicial.
ARROGAR. T.d. – apropriar-se de bens /// T.i. – atribuir-se direitos.
ARROLAR. T.d. – fazer lista de bens.
AUTUAR. T.d. – lavrar um auto (administrativo ou judicial ).
AVENÇAR. T.i. pronominal.- fazer contrato, avença, convênio.
AVERBAR.T.d. – escrever, apostilar, registrar.
AVOCAR. T.d. e i. – atribuir-se.
CALUNIAR. T.d. – imputar falsamente crime ou contravenção.
CAUCIONAR. T.d. – dar em garantia.
CIRCUNDUTAR. T.d.-julgar nula uma citação.
CITAR.T.d. – chamar pessoa a juízo.
COLACIONAR. T.d.- juntar bens obtidos antes do testamento.
COMINAR. T.d. e i. – ameaçar, prescrever pena.
COMUTAR. T.d. --  trocar a pena.
CONVOLAR. T.i. --  ( prep. A, PARA)  mudar de estado...
COONESTAR. T.d. – dar aparência de honestidade.
CORREGER. Intransitivo.- ação de corregedor /// T.d. – pagar dano ou indenização.
DECAIR. T.i. – ( prep. DE ) – entrar em decadência. /// Int. cair.
DELINQÜIR. Intransitivo. ( verbo defectivo)  1ª pessoa –pres. Ind. e derivados– cometer crime.
DEMANDAR. Intransitivo. – disputar em juízo /// T.d. – intentar ação judicial contra.
DENUNCIAR. T.d. -  acusar algo ou alguém
DEPRECAR. T.i. –( prep. A )  requisitar ajuda a outra jurisdição.
DERROGAR. T.d. –revogar parcialmente.
DESAFORAR. T.d. – isentar de pagamento de um foro; transferir processo de um foro para outro.///  T.i. -Pronominal. – renunciar aos privilégios de um foro.
DESAGRAVAR. T.d.- reparar ofensa ou insulto; dar provimento a agravo.
DESAPROPRIAR. T.d. ( ver expropriar )
DESCRIMINAR. T.d. – absolver do crime.
DIFAMAR. T.d. manchar a reputação.
DISTRATAR. T.d. – anular contrato.
EMBARGAR. T.d. pôr embargos judiciais apropriados .
EMENTAR. T.d. – fazer ementa, resumo.
EMPALAR.T.d. – supliciar. Torturar.
ESBULHAR. T.d. – espoliar, despojar /// T.d. e i. ( prep. A) mesmo sentido.
ESCOIMAR .T.d. – livrar de coima, censura ou pena.
EXPROPRIAR. T.d. – desapossar.
ESTUPRAR . T.d. – conjunção carnal com violência.
EVENCER . T.d. – desapossar judicialmente.
EXARAR . T.d. – lavrar por escrito.
EXCUTIR . T.d. –  executar judicialmente os bens.
EXERDAR. T.d. – excluir da herança ( deserdar)
EXTORQUIR. T.d. – obter indevida vantagem econômica///
T.d. e i. defectivo – ( não há pres. Ind. e derivados) (prep.A).
EXTRADITAR. T.d. – entregar criminoso.
FRAUDAR. T.d. – enganar.
GRAVAR. T.d. – hipotecar, onerar.
HOMOLOGAR. T.d. – ratificar ato.
ILIDIR. T.d. -- contestar.
IMITIR. T.i.- investir em, fazer entrar ( na posse)///
           T.d. e i. – (alguém em algo )
IMPETRAR. T.d. – interpor recurso.
IMPRONUNCIAR. T.d. – julgar improcedente.
INADIMPLIR. T.d. – descumprir obrigação contratual.
INDICIAR. T.d.-  proceder  imputação judicial.
INDULTAR. T.d. – conceder indulto.
INJURIAR. T.d. – ofender alguém.
INQUIRIR. T.d.- indagar.
INSIMULAR. T.d. –  atribuir crime, denunciar ///
                 T.d. e i. -  acusar injustamente.
INTENTAR. T.d. – propor em juízo.
INTERDITAR. T.d. – declarar interdito.
INVENTARIAR. T.d. – arrolar bens.
IRROGAR. T.d. e i. – imputar, atribuir.
LAVRAR. T.d. – dar por escrito.
LEGIFERAR. Intransitivo. – elaborar leis.
LICITAR. Intransitivo. – oferecer lance em leilão.
LITIGAR. Intransitivo. – disputar por contestação.///
            T.d. – pleitear em juízo.
LOCAR. T.d. – alugar, arrendar.
MALVERSAR. T.d. – administrar mal, dilapidar.
MANUMITIR. T.d. – libertar ( das mãos), alforriar.
MANUTENIR. T.d – conceder mandado de manutenção(direito de).
                       Defectivo. ( formas com ni )
NOVAR. T.d. – substituir uma dívida por outra.
OB-ROGAR. Intransitivo. – contrapor uma lei a outra.
PACTUAR. T.d. – ajustar, combinar.
PENSIONAR.T.d. pagar ou dar pensão.
PERIMIR.T.d. dar por extinta ou prescrita ação ou instância. (Só 3ªpessoa – defectivo)
PETICIONAR. Intransitivo. – formular, por escrito, uma petição.
PRECLUIR.Int. – perder a capacidade de agir num processo. (Só 3ª pessoa - defectivo)
PRESCREVER. Int. – extinguir uma ação ajuizável.
                           T.d. – ordenar de maneira previamente explícita.
PREVARICAR. Intransitivo – corromper, perverter, cometer adultério.
PROLATAR. T.d. proferir ou lavrar sentença judicial. Promulgar lei.
PRONUNCIAR. T.d. despachar, declarar; proclamar autoria.
PURGAR. T.d. – liberar ou extinguir obrigação por pagamento.
QUERELAR.T.i. – promover queixa-crime, denúnciar.
RABULAR. Intransitivo. – advogar sem direito.
RAPTAR. T.d. – arrebatar mulher para fins libidinoso, com violência.
RECEPTAR. Td. Receber, adquirir ou ocultar coisas sabiads de procedência ilícita ou criminosa.
RECLUIR. T.d.-  pôr em cárcere.
RECONVIR. T.i. ( prep. A ) – (o réu) propor reconvenção contra o autor da demanda.
REDIBIR . T.d. – anular contrato de compra e venda ( defeito do objeto)
REDIMIR. T.d. – T.d. e i. – pronominal. ( ver REMIR).
REINCIDIR. T. i. perpetrar novo delito.
REMIR. T.d. – resgatar, pagar, expiar, tirar do cativeiro.
              T.d. e i. – livrar, libertar, resgatar. ( prep. DE )
               Pronominal : resgatar-se.
REMITIR. T.d. – perdoar, dispensar, renunciar.
REPRISTINAR. T.d.- tornar sem efeito lei, revogar.
RERRATIFICAR. T.d.-  tornar a ratificar.
RESCINDIR. T.d. – anular efeitos jurídicos ( contrato, acordo, casamento , vínculo , obrigação ).
RESILIR.T.d. – dissolver acordo por anuência de ambas as partes , ou por vontade de uma delas. ( distratar , rescindir).
RESOLVER. T.d. desfazer, dissolver, anular ( contrato...)
RESSARCIR. T.d. – pagar prejuízo, reparar dano, indenizar.
RETROVENDER. T.d. – vender, podendo readquirir a coisa vendida. /// T.d. e i. ( Prep. A )
REVOGAR. T.d. – anular ou retirar, licitamente, eficácia de ato.
SANCIONAR. T.d. – aprovar, impor pena.
SANEAR.T.d. – purificar, aperfeiçoar, expurgar falhas.
SEDUZIR.T.d. – constranger mulher virgem ou menor a praticar relações sexuais.
SEQÜESTRAR. T.d. – apreensão de bens ( Direito Processual);
                                      privar alguém de liberdade de locomoção.
SIMULAR.T.d. - fingir legalidade.
SONEGAR. T.d. – ocultar deixar de declarar ( impostos bens,dinheiro...)
SUB-ROGAR. T.d. – substituir coisa ou pessoa por outra.
                         T. d. e i. /// pronominal. -  transferir direitos ou encargos para outrem.
SUBSCREVER. T.d. - autenticar documento ;  assunção de ações para constituir capital.
SUBSTABELECER. T.d. – transferir a outrem os poderes conferidos em mandato.
SUMARIAR. T.d. – promover formação de culpa, para apuração da acusação.
TERGIVERSAR. Intransitivo. – defender na mesma causa as duas partes, simultânea ou sucessivamente.
TESTAR. Intransitivo. Fazer testamento.
                 T.d.  ou i.  ( testar os bens; testou  de seus bens ).
                  T. d. e i.  ( Testou à mulher todos os bens .)
TOMBAR. T.d. – cadastrar, registrar, inventariar prédios ou imóveis.
TURBAR. T.d. – ferir ou perturbar direito alheio.
TUTELAR.T.d. – proteger como tutor.
USUCAPIR.T.d.-  adquirir domínio por prescrição.
VICIAR. T.d. – tornar defeituoso, falho ou irregular ato jurídico, levando-o à nulidade  ou à anulação.
VIGER. Intransitivo -  vigorar, estar em uso, em execução.
VILIPENDIAR. T.d. – falar ou escrever  com vileza, ultraje ou desprezo, sobre ato ou objeto de culto religioso.

4 de setembro de 2009

Pensamentos avulsos...

Democratisar as universidades públicas é uma tautologia que se mostra paradoxal.

31 de agosto de 2009

Mundo moderno

Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial.

Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.

Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, maratonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.

Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.



Chico Anysio

30 de agosto de 2009

Juridiquês

Justiça. A razão de ser de todos os tribunais, advogados, promotores, etc., funda-se nessas 7 letras. Ora pois, o que será que o juridiquês tem a ver com isso? Eu respondo. Tudo. Passemos a analisar o símbolo da justiça, a deusa thémis: percebe-se a espada, que simboliza a justiça implacável; a balança, o pesar dos fatos por uma decisão justa; e finalmente, a venda, essa por sua vez simboliza a justiça a qualquer um, não importa quem. Essa terceira característica dificilmente será alcançada com esse distanciamento lingüístico entre o poder judiciário e os que o procuram. Porém, essa moeda tem dois lados. Não há como deixarmos o tecnicismo de lado, pois pode resultar na perca de peculiaridades essenciais para a manutenção dessa ciência tão complexa. Dessa forma, é preciso cautela para se tentar uma mudança desse naipe, pois muitos termos técnicos têm seus significados próprios que são, por vezes, imprescindíveis.

Amizade


Durante a vida várias são as pessoas que fazem ou fizeram parte de qualquer cotidiano, algumas delas continuam , outras não se tem mais notícias. Umas tiveram importância, outras não, talvez pudessem ter tido. Tentou-se?. 
É essência do ser humano o relacionamento interpessoal, social e ideológico, seja entre a família, com os amigos ou no trabalho, porém essa grande virtude humana tem caído em desuso.
Século XXI, pessoas ocupadas, multifuncionais, pessoas influentes, deveres, obrigações, compromissos, internet... nunca houve tão numerosas formas de conexão entre pessoas numa confusão de culturas, línguas e maneiras. Mas algo tem ficado para trás com todas essas vias inovadoras, a amizade - fielmente substituída pelo interesse. 
Aqueles amigos da infância ou da escola, tem sido facilmente substituídos pelo amigo do senador ou pela amizade daquele que conhece o dono da empresa. Claro que , no início, é apenas um interesse aqui, outro ali, depois, substitui-se os interesses pelas antigas amizades, e quando se faz necessário a presença de um amigo, -  amigo como aquele desestimado pela inconveniência das necessidades -  não há onde buscar, só restam amizades superficiais que, claro, estarão lá, dependendo do cargo que  poderá adquirir as suas custas.
Sem dúvida muitas daquelas pessoas que passaram sem importância pelas vidas umas das outras poderiam ter sido por muito tempo pessoas importantes e memoriáveis, ego-proporcionadoras incondicionais, mas talvez por preconceito, antipatia ou simples timidez deixamos essas passarem por nós dia pós dia. 
As amizades vem sendo cada vez mais numerosas, e as pessoas sós na mesma proporção. Os sítios de relacionamentos vem multiplicando-se, os contatos com pessoas de varias localidades, muitas delas nunca vistas e o índice de suicídios e casos de depressão segue na mesma alta. 
Ora pois, parece que algo cultivado desde os primórdios pelos nossos ascendentes, arrastou-se agonizando pela geração de nossos avós e não conseguiu seguir o rítio das inovações tecnológicas, do mundo dos negócios e compromissos infindáveis.
Olhemos para as pessoas à nossa volta, vejamos a amizade em rostos diferenciados, em várias culturas, tradições, em olhos puxados ou esbugalhados, em pessoas amarelas ou verdes, com tatuagens ou com livros, ou com os dois, sem medo do diferente, sem preconceitos. Cultivemos. Façamos da evolução um meio para um fim em nós mesmos, pois senão o sentido se perde em um infinito de importâncias supérfluas.